Já é de conhecimento geral que a Norma Regulamentadora nº 1
(NR-1) passou por mudanças importantes, e que agora as empresas têm a obrigação
de incluir os riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos
(PGR). Muitas organizações, inclusive, já estão se movimentando para atender
essa nova exigência e evitar possíveis penalidades.
No entanto, é justamente nesse ponto que mora uma grande
preocupação: que essa atualização seja encarada apenas como mais uma tarefa
burocrática a ser cumprida, e não como uma chance concreta de repensar e
melhorar a forma como o trabalho é organizado e vivenciado no dia a dia.
Por isso, quero propor uma reflexão sobre alguns aspectos
essenciais que não podem ser ignorados:
Sem dúvida, a nova NR-1 representa um avanço importante na
proteção à saúde dos trabalhadores. E como alguém que defende a saúde mental
com a mesma seriedade com que se defende o uso de Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs), vejo essa atualização como uma conquista que já era mais do
que necessária.
Mas é preciso ir além da letra da lei. A transformação
verdadeira virá quando as empresas passarem a enxergar essa exigência não como
um peso, mas como uma oportunidade de evoluir. Valorizar os profissionais,
criar ambientes saudáveis e assumir a responsabilidade pelo bem-estar coletivo
não é apenas um dever legal – é um compromisso ético.
Se isso não acontecer, continuaremos apenas cobrindo com
curativos um problema que exige cirurgia. Ou seja, estaremos apenas disfarçando
algo que precisa ser tratado de forma profunda e com seriedade.
Psi.Alessander Capalbo
Dr em Psicologia Psicanalítica
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