Há momentos que parecem ecos, mas percebo que não são repetições. Cada instante traz novas escolhas, únicas e irrepetíveis. Lembro-me das decisões difíceis, como a doença do meu pai, quando tive de escolher entre um tratamento agressivo ou aliviar seu sofrimento. Em 2001, despedi-me dele com o coração em pedaços. Depois, minha mãe adoeceu, mas fui poupado de reviver aquilo.
A perda dos meus avós deixou outra marca. Lembro-me das tardes no banco velho de madeira, onde minha avó me fazia recitar a tabuada entre risadas. Quando eles partiram, senti um vazio crescente. Era estranho ver meus pais se irem antes deles.
Recentemente, lembrei de uma aula em Roma, onde vi um vídeo sobre o ciclo da vida. Em uma cena marcante, um pato perguntava à morte sobre o rio que visitava todos os dias. A morte respondeu: "Ele continuará aqui, e ficará bem." Essas palavras me tocaram profundamente.
Hoje, aceito que a vida segue, mesmo quando não estamos mais aqui. Cada perda nos desafia, mas também abre espaço para o novo. Respiro fundo e imagino o rio fluindo, eterno e sereno. Pela primeira vez, sinto paz. Talvez isso seja suficiente.
Assista esta realidade de forma muito bela e simples:
Nenhum comentário:
Postar um comentário